Educação
IFSul tenta diminuir índices de evasão
Desistência média nos cursos da instituição é de 14,8%, com maior gravidade no ensino subsequente - ensino técnico posterior ao Médio
Carlos Queiroz -
Oportunidade de formação técnica para milhares de estudantes, o Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), em Pelotas, tem sido afetado por problema comum no país: a evasão escolar. A média na instituição de ensino é de 14,8%. Alguns cursos alcançam até 52% de desistência. Buscar o zero é meta da nova Reitoria e, para tal, serão criados mecanismos com o objetivo de entender a motivação para deixar os campi.
Um dos cursos em que a evasão se mostra mais presente é a Eletrotécnica. Cláudio Andrade, 18, é um exemplo. Entrou no IFSul com apenas 14 anos. Seguiu até o quarto semestre sem nunca ter de fato se encontrado. "As aulas práticas não chamavam a minha atenção. Comecei a ver meus colegas que fizeram o Ensino Médio em escolas normais entrando na faculdade em áreas que gostavam, então conversei com meus pais e fiz o mesmo", conta. Atualmente, finaliza o Ensino Médio e pretende cursar Educação Física na UFPel.
Eduardo Vargas também abandonou Eletrotécnica. Credita a saída ao alto grau teórico do curso. Hoje ele tem planos de ingressar em um técnico em enfermagem, "pois é menos tempo e o salário supera o de muitos cursos do IFSul".
Atitude
Ciente do problema, o recém-empossado reitor, Flávio Nunes, elegeu o combate à evasão como uma das prioridades do mandato que se estenderá pelos próximos quatro anos.
De acordo com o gestor, no levantamento feito existem índices positivos e negativos: enquanto determinados cursos conseguem iniciar e terminar com a mesma quantidade de alunos, outros encerram com menos da metade dos estudantes que ingressaram.
Uma das ferramentas que a Reitoria lançará mão para evitar a desistência é investir em projetos de extensão e pesquisa que provoquem diferentes engajamentos nos discentes através do conhecimento aliado à prática.
Um exemplo é a sequência, em setembro, da Mostrarob, evento em que os alunos têm a oportunidade de apresentar à população o melhor em produção tecnológica, possibilitando ainda a troca de experiências com estudantes de outras instituições.
Ao Diário Popular, Nunes disse acreditar que o contingenciamento nacional de gastos não afetará a assistência estudantil, auxílio financeiro governamental que ajuda a manter o discente em sala de aula. "A assistência é prioridade da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec)."
Índices de evasão
Integrado (Ensino Médio concomitante ao técnico): 9,6%
Subsequente (ensino técnico posterior ao Médio): 17,7%
Superior: 16,7%
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